Clima e agricultura estão intrinsecamente ligados, influenciando diretamente a produção agrícola. As condições climáticas podem levar a resultados positivos nas lavouras ou ocasionar perdas significativas nas safras, alterando até mesmo a geografia dos locais de cultivo.
O produtor rural, na linha de frente, sente intensamente os efeitos das mudanças climáticas, impactando tanto a produtividade quanto financeiramente. No texto de hoje, discutiremos como as condições climáticas afetam o desempenho agrícola e como minimizar esses impactos.
Mudanças climáticas: o que são e como se relacionam com a agricultura?
Em cada região, há condições atmosféricas características, como chuvas, umidade e temperatura, que juntas compõem o clima. Estes fatores são responsáveis pela manutenção do ecossistema local.
O fato é que, quando ocorrem variações climáticas, seja na temperatura ou precipitação, este sistema é significativamente alterado.
Essas mudanças climáticas não acontecem da noite para o dia e resultam de variações que ocorrem ao longo de anos ou de décadas, desencadeadas tanto por processos naturais quanto por atividades humanas.
O aquecimento global, uma das mudanças climáticas mais notáveis, aumenta a temperatura média global da atmosfera e dos oceanos, contribuindo para eventos climáticos extremos como enchentes e secas.
Já os efeitos anômalos das águas do Oceano Pacífico equatorial (El Niño e/ou La Niña) são outros fenômenos climáticos que têm um impacto significativo no clima global e, consequentemente, na agricultura.
Todos estes fatores influenciam na temperatura do solo e do ambiente; na umidade do ar e do solo; na intensidade dos eventos; na quantidade de chuva e na intensidade luminosa.
E quais os impactos diretos das mudanças climáticas na produção agrícola?
As mudanças climáticas podem causar muitos problemas na agricultura, já que as plantas são sensíveis tanto à seca quanto ao excesso de água.
A diminuição da camada de ozônio e o aquecimento global aumentam a frequência de chuvas intensas no verão, por exemplo. E essas chuvas causam lixiviação do solo, movendo nutrientes essenciais como potássio, nitrogênio e enxofre para longe das raízes.
Isso prejudica o crescimento das plantas e pode causar apodrecimento do sistema radicular, além de aumentar a incidência de fungos e bactérias.
Já a falta de água, por outro lado, é um fator crítico em todas as etapas do cultivo, desde a germinação até a maturação das sementes. Períodos de estiagem resultam em menor produtividade e em maiores perdas na safra.
Ondas de calor também são comuns e favorecem o desenvolvimento de pragas, que afetam o crescimento saudável das culturas. Elas aumentam a concentração de iodo no solo e a emissão de dióxido de carbono.
Os ventos intensos, por sua vez, causam danos físicos às plantas, como a quebra de galhos e o rasgamento de folhas. Em culturas como o milho, os ventos fortes podem tombar as plantas, dificultando a fotossíntese.
Como a gestão de riscos climáticos pode ajudar a mitigar os danos nas lavouras?
A gestão de riscos climáticos é essencial na agricultura e precisa, segundo a Embrapa, de uma combinação de fatores. A curto prazo, é necessário conhecer sobre a cultura e a área de plantio.
Entender o solo, avaliar a região na qual a lavoura está inserida e realizar o manejo adequado são práticas consideradas preventivas, que ajudarão a prever e administrar os riscos com maior eficiência.
O Brasil possui políticas e programas de gestão de risco voltados para o suporte aos agricultores, como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Esse programa coleta dados sobre consumo hídrico, temperatura e precipitação para fornecer ao produtor melhores chances de sucesso.
Manter-se atento às previsões meteorológicas é fundamental, mas também é possível contar com o uso de tecnologias, como mapas de calor, que identificam áreas sensíveis da safra, além de sugerir outras análises preditivas.
Para se tornar menos dependente do clima, é possível adotar sistemas de irrigação inteligentes, que utilizam apenas o necessário de água; e para proteger o solo, apostar no plantio de culturas de cobertura, que previne a erosão do solo, promovendo a retenção de água e a fixação de nitrogênio, além de servir como adubo orgânico e forragem para o gado.
Investir na agricultura de precisão é uma ótima aposta, já que oferece ferramentas que acompanham o processo produtivo de maneira detalhada, coletando e analisando informações por meio de tecnologias avançadas.
Isso facilita a tomada de decisões pelos produtores, proporcionando maior controle sobre todo o processo produtivo e contribuindo para uma produção eficiente, lucrativa e sustentável.
Outra medida bastante adotada é o plantio direto, uma prática de manejo do campo com nenhum ou com o mínimo distúrbio do solo. Com ele, evita-se a erosão do solo e promove o sequestro de carbono, que é benéfico em relação às mudanças climáticas.
Ele ainda reduz o esgotamento do solo, melhorando o clima e o ambiente natural. Essa prática também diminui os insumos e a manutenção de equipamentos agrícolas.
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